Coberturas de vidro são relativamente comuns nos dias atuais. Elas são muito utilizadas em shopping centers e edifícios comerciais ou governamentais por permitirem a criação de espaços agradáveis, modernos, elegantes e, na maioria das vezes, climatizados. Esse recurso arquitetônico só é possível devido à evolução do vidro e de suas técnicas de aplicação, de forma a garantir a segurança dos usuários.
As primeiras instalações com coberturas “cristalizadas”, como eram chamadas na época, foram erguidas principalmente no início do século XVIII, em estufas para a criação de plantas e flores. As estufas, com o aproveitamento da luz natural e controle do excesso de frio pelas coberturas de vidros, passaram a permitir o cultivo de plantas durante todo o ano, mesmo em países com invernos rigorosos. Além disso, possibilitaram o cultivo de plantas de países tropicais fora dessa região geográfica.
Vidro aramado
Nesse período, tentativas de se utilizar vidros em aplicações residenciais e espaços públicos esbarravam nas ocorrências de acidentes com vítimas. Essas ocorrências motivaram a invenção, em 1897, do vidro aramado, o primeiro vidro de segurança do mundo adequado para coberturas de vidros, desenvolvido pela Saint-Gobain. O vidro aramado, que é utilizado até os dias de hoje, possui uma fina rede metálica interna. Mesmo em caso de quebra, esse vidro permanece preso ao caixilho, sem o desprendimento dos cacos.
O vidro aramado foi apresentado ao mundo de forma apoteótica no ano de 1900, na inauguração da obra monumental denominada Grand Palais, que até os dias de hoje é uma atração turística parisiense.
A principal vantagem na utilização do vidro aramado nas cobertura modernas é seu aspecto retrô e sua capacidade de impedir a visão total, porém, permitindo a passagem de uma iluminação translúcida e agradável.
Vidro laminado
Não demorou muito para que a Inglaterra apresentasse ao mundo o vidro laminado, que oferecia as mesmas vantagens do vidro aramado francês, porém, permitindo total transparência.
Em 1903 o químico francês Edouard Benedictus, trabalhando em um laboratório na Inglaterra, descobriu, acidentalmente, o conceito de vidro laminado ao deixar um recipiente de vidro, contendo uma solução polimérica, cair no chão e observando que os cacos permaneciam presos. Porém, essa invenção foi patenteada pela primeira vez somente em 1909.
O vidro laminado continua, até os dias de hoje, como o vidro utilizado em coberturas mais utilizado no mundo.
O vidro laminado é composto por pelo menos duas lâminas de vidros float unidas por uma camada interna de polímero de alta resistência. O polímero utilizado há mais tempo no mundo é o Polivinil Butiral, porém, já existem vários outros, apresentando diferentes níveis de rigidez e resistência.
Norma ABNT NBR7199, do Brasil
A norma brasileira da Associação Brasileira de Normas Técnicas (ABNT) que determina qual deve ser o vidro a ser utilizado em coberturas é a NBR7199 – Vidros na construção civil – projeto, execução e aplicações. Trata-se do mais importante texto técnico vidreiro.
Na criação dessa norma o Brasil incorporou conceitos universais sobre a resistência dos vidros, limitando para aplicação em coberturas, somente os vidros aramados e os laminados, além de outras composições que incluam laminados ou temperados, como é o caso de alguns tipos de insulados, dos laminados de temperados e dos multilaminados.
A NBR determina a utilização desses vidros em todas as situações de vidros não verticais, incluindo coberturas, marquises, claraboias e até mesmo fachadas que apresentem alguma inclinação sobre a cabeça dos usuários.
É importante destacar que a NBR7199 possui peso de Lei. Em diversas situações judiciais ela tem sido utilizada para apontar responsabilidades em casos de acidentes com vítimas.
Laminados que barram calor e radiação
A maioria dos vidros laminados oferecem um benefício extra: são capazes de barrar parte dos raios UV. São esses raios os responsáveis pela deterioração de tecidos, madeiras e outros materiais. Além disso, estes são prejudiciais aos seres humanos, podendo provocar o câncer de pele.
Em locais com muita incidência de radiação solar a recomendação dos fabricantes é pela utilização de vidros de controle solar. Existem vários tipos desses vidros, sendo os mais comuns os refletivos. Eles são oferecidos em várias cores e com diferentes níveis de reflexão. Além deles, existem versões neutras (não refletivas), capazes de barrar somente os raios invisíveis infravermelhos.
Outros laminados
Outros tipos de vidros laminados podem ser utilizados em coberturas, como, por exemplo, os laminados coloridos, os laminados opacos e, quando é preciso que o vidro suporte uma pessoa andando sobre ele, o multilaminado. O laminado de temperados, por sua vez, oferece proteção extra contra chuvas de granizo ou outro objeto lançado ou em queda de edifícios vizinhos.
Como aplicar
Na instalação de vidros em coberturas é importante que o vidro esteja devidamente apoiado. Quanto maior a peça a ser utilizada, maior deve ser a espessura utilizada, para se evitar quebras. O cálculo dessa espessura é mencionado na NBR7199, porém, trata-se de um cálculo “indigesto” para os profissionais do vidro, que muitas vezes recorrem a softwares disponibilizados para isso ou recorrem à ajuda do senso comum ou, ainda, de profissionais especializados.
É importante, ao se instalar vidros em coberturas, que sejam previstas folgas entre a estrutura que emoldura as peças, com aplicação de material selante entre eles. Dessa forma se evita que a estrutura metálica, que se dilata mais que o vidro com o calor, possa comprimi-lo e provocar sua quebra.
Tipos de coberturas
Existem diversos tipos de coberturas de vidros. As estruturas para suportar as peças de vidro podem variar entre madeira, aço, alumínio, cabos de aço presos em ferragens e até mesmo grandes peças de vidro.
As estruturas em madeira podem ser muito simples e até artesanais, pois a madeira proporciona uma acomodação natural ao vidro, por sua maciez, diferentemente das estruturas metálicas, que exigem a aplicação de borrachas e outros materiais para se evitar o contato direto com as bordas do vidro.
As estruturas em aço permitem a criação de verdadeiras obras de arte, com suportes de apoio ao vidro em qualquer formato que o projetista idealizar. Existem, inclusive, verdadeiros engenheiros e arquitetos artistas, no Brasil e no mundo, capazes de criar instalações que provocam o deslumbramento dos usuários.
As mais utilizadas no mundo são as estruturas de alumínio, por serem um material relativamente leve, facilmente moldável e resistente. Existem até mesmo kits para instalação de coberturas de vidro, sendo um deles oferecida pela Portal Vidros, exposta no showroom da empresa. A Portal Vidros fornece aos profissionais todos os itens necessários para a montagem de telhados de vidro, incluindo todos os tipos de vidros citados nesta matéria. Solicite agora mesmo seu orçamento e confira!
